Uma praça de cultura
Praça Renato Cortez Moreira é símbolo de eventos culturais históricos em Imperatriz
Andréia Cabral
Larissa Pereira
Palco de diversas programações, eventos e lazer em Imperatriz, a Praça Renato Cortez Moreira é conhecida popularmente como Praça da Cultura. De acordo com o presidente da Academia Imperatrizense de Letras, Raimundo Trajano Neto, 70 anos, ela foi inaugurada na década de 1960, com o nome de Castelo Branco. Foi neste espaço que aconteceram os primeiros eventos do Salimp (Salão do Livro de Imperatriz), que chega à 19ª edição em 2022. A iniciativa do poeta, compositor e cantor Zeca Tocantins era chamada, na época, de Semana de Literatura de Imperatriz e Feira do Livro.
Trajano relembra como a realização das programações culturais na praça, carnavais, mostras de produtos artesanais e a pequena feira do livro deram origem ao nome popularmente conhecido. Considerada a mais bonita da cidade por ele, a arborização e o conjunto arquitetônico que gira em torno do local, como a Academia, o Centro de Artesanato, o antigo prédio do Cine Muiraquitã, os casarões e a proximidade do rio Tocantins, a tornam aconchegante para quem frequenta o ambiente.
Com a reforma de 2019, o coreto da praça foi removido. Para uns, a atitude foi boa, para outros, representou a perda de patrimônio e de um pedaço da história da cidade. O presidente da Academia lamenta a retirada, pois era sinônimo de música regional de qualidade, apesar de pouco usado. “Esperamos que o coreto retorne de alguma forma, não apenas o coreto, que com ele venha o exercício da música no meio da praça, para atrair a população para coisas boas”, diz Trajano.
Antigo coreto da Praça da Cultura foi retirado e a fonte ao fundo hoje é ampliada. (foto: divulgação)
Para explicar a possível origem do nome, a artesã Lucilene dos Santos Lucena destaca as feiras anuais no mês de junho, com comidas típicas, músicas e artesanatos na praça, com ênfase nas apresentações de orquestras e bandas no coreto.
Ela conta que tudo isso pode ter contribuído para ser chamada assim. Ela conhece a praça há 20 anos e chegou a participar de duas feiras. Na primeira, aprendeu a fazer artesanato. “Nessa época a Praça da Cultura era muito vista. Hoje não, as pessoas não estão valorizando como antes”, ressalta a artesã.
A comerciante Otacília Bilio dos Reis, 70 anos, trabalha há 28 na praça e presencia diariamente acontecimentos no local. A retirada do coreto foi benéfica na sua opinião, pois diminuiu o fluxo de usuários de drogas, que usavam o lugar para beber, fumar e ter relações sexuais. “Um dia, tinha uns assando peixe e perguntaram se eu queria”, observa Otacília.
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